
Tese Central
Estratégia não é sobre missão, visão ou valores. É sobre resolver um problema importante e difícil com ações concretas e coerentes. Rumelt defende que o termo “estratégia” está desgastado e que deveríamos chamá-la de “agenda de ação”.
Estrutura de uma Boa Estratégia (O “Kernel”)
- Diagnóstico
Compreender o desafio principal. O diagnóstico é uma hipótese sobre o que está acontecendo e por que está difícil.
“O que torna isso difícil?” é a pergunta-chave.
- Política Orientadora (Guiding Policy)
Direcionamento claro sobre como lidar com o desafio. Rejeita listas longas de prioridades como “estratégia”.
Exemplo ruim: “temos 17 prioridades”.
- Ações Coerentes (Coherent Actions)
Conjunto de ações que se reforçam mutuamente e atacam diretamente o desafio diagnosticado.
Sinais de Má Estratégia
- Lista de desejos ou metas vagas (“crescer”, “ser líder”)
- Fluff e “word salad” (palavras vazias que soam sofisticadas)
- Falta de diagnóstico claro
- Ações contraditórias ou desconexas
- Confusão entre ambição e estratégia
O Papel do Poder (Power)
Toda boa estratégia precisa de uma fonte de poder ou assimetria que torne sua execução viável:
- Velocidade, reputação, rede de clientes, tecnologia proprietária
- Exemplo: IBM nos anos 90 percebeu que seu poder era o relacionamento com grandes empresas
“The Crux” – Foco no Desafio-Central
- Inspirado em escalada: o “crux” é a parte mais difícil de uma via
- Estratégia é identificar esse ponto difícil e formular uma ação que o ultrapasse
- Diagnóstico + desafio importante + possibilidade de ação = ponto de partida para a agenda
Estratégia em Startups
- Estratégia no início é um aposta com muita incerteza
- A chave é detectar uma assimetria, testar hipóteses rapidamente e pivotar conforme feedback do mercado
- Founders precisam equilibrar convicção e flexibilidade
Barreiras Organizacionais
- Políticas internas, interesses conflitantes, medo de tomar decisões
- A falta de foco geralmente vem da tentativa de agradar a todos
- A clareza estratégica exige que alguém decida o que não será feito
Recomendação final
- Esqueça o misticismo da estratégia
- Foque em: qual é o desafio? o que podemos fazer sobre ele? qual é nossa vantagem?
- Chame isso de agenda de ação, e não de “estratégia”