Resumo do livro Good Strategy/Bad Strategy
Ideia central
Rumelt mostra que a maioria das organizações confunde estratégia com objetivos, slogans e ambição. Ele diferencia boa estratégia (clara, focada, com lógica de ação) de má estratégia (superficial, incoerente e baseada apenas em metas vagas).
O que é boa estratégia
- Diagnóstico: entender o problema central e os obstáculos críticos.
- Política orientadora (guiding policy): linha de ação que dá direção sem detalhar tudo.
- Ações coerentes: conjunto coordenado de iniciativas e alocação de recursos para executar a política.
Esse tripé é chamado por Rumelt de kernel (o núcleo de uma boa estratégia).
Fontes de poder estratégico
Rumelt apresenta formas de criar força competitiva:
- Alavancagem (leverage): concentrar recursos em pontos decisivos.
- Objetivos próximos (proximate objectives): metas claras e atingíveis que destravam o avanço.
- Sistemas em cadeia (chain-link systems): fortalecer elos interdependentes para evitar travamentos.
- Design: configurar recursos e políticas de forma integrada.
- Foco: escolher e concentrar esforços em segmentos ou frentes específicas.
- Vantagem (advantage): explorar diferenciais sustentáveis e ampliar seu alcance.
- Dinâmica (dynamics): aproveitar ondas de mudança tecnológica ou de mercado.
- Inércia e entropia: identificar e superar rotinas obsoletas que bloqueiam avanço.
O que caracteriza má estratégia
Rumelt aponta quatro sinais comuns:
- Fluff: jargões vazios que soam estratégicos, mas não dizem nada.
- Falta de enfrentamento do problema: evitar encarar os obstáculos reais.
- Confundir objetivos com estratégia: declarar metas como se fossem planos.
- Objetivos estratégicos ruins: inalcançáveis, irrelevantes ou desconectados dos desafios centrais.
Exemplos práticos
- Boa estratégia: Steve Jobs ao retornar à Apple simplificou a linha de produtos, fechou frentes dispersas e concentrou a empresa em sobrevivência e diferenciação.
- Má estratégia: Lehman Brothers, que definiu como “estratégia” apenas crescer mais rápido que o mercado, sem reconhecer o risco estrutural da bolha imobiliária.
- Outros casos: Wal-Mart (rede como unidade estratégica), Schwarzkopf na Guerra do Golfo (manobra do “gancho esquerdo”), Nvidia (surfando ondas tecnológicas).
Mensagem final
Boa estratégia exige clareza, escolhas difíceis e foco em problemas concretos. Má estratégia surge quando líderes evitam encarar obstáculos, escondem a falta de ação atrás de slogans ou tentam agradar a todos. Estratégia é ação coordenada para vencer desafios, não apenas ambição.