Resumo de The Design of Everyday Things (Donald Norman, 1988)
Ideia central
O livro mostra como o design influencia diretamente a usabilidade dos objetos do dia a dia. Norman argumenta que muitos erros que culpamos nos usuários são, na verdade, falhas de design. O objetivo do bom design é tornar a interação clara, intuitiva e satisfatória.
Princípios de design
- Visibilidade: o usuário deve perceber facilmente as ações possíveis.
- Mapeamento natural: controles devem corresponder de forma lógica às ações (ex.: volante gira rodas).
- Feedback: toda ação precisa gerar resposta clara do sistema.
- Affordances: propriedades que sugerem como um objeto deve ser usado (ex.: maçaneta que “pede” para puxar).
- Restrições: limitar possibilidades ajuda a evitar erros.
- Modelo conceitual: usuários criam modelos mentais de como algo funciona. O design deve apoiar modelos corretos.
Psicologia dos erros
- Erros não são falhas humanas inevitáveis, mas sintomas de design ruim.
- Existem slips (falhas de execução, como apertar o botão errado) e mistakes (falhas de entendimento).
- O design deve reduzir ambos com feedback claro, prevenção e tolerância a erros.
Ciclo de ação do usuário
Norman descreve o “gulf of execution” (dificuldade em entender como agir) e o “gulf of evaluation” (dificuldade em entender o resultado). O bom design reduz esses “abismos” com visibilidade, feedback e consistência.
Exemplos
- Portas confusas que não indicam se devem ser empurradas ou puxadas.
- Fogões com controles desalinhados que confundem qual boca será ligada.
- Objetos simples, mas bem projetados, que parecem “explicar a si mesmos”.
Contribuição
- O livro fundou conceitos básicos de Design Centrado no Usuário (UCD).
- Mostra que tecnologia só gera valor quando é compreensível e utilizável.
- Influenciou áreas como UX, HCI e Product Design.
Essência
Norman ensina que design deve partir da empatia com o usuário. O desafio não é só criar algo funcional, mas algo que as pessoas consigam usar sem frustração, entendendo intuitivamente como interagir.